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Foto do escritorFabiane Puntel Basso

Competências Executivas: estratégias mais gerais associadas ao desenvolvimento infantil

Como facilitar a entrada da criança no mundo da escrita e prevenir dificuldades de alfabetização? Continuando essa reflexão (ler o post anterior para uma melhor compreensão), hoje vou falar um pouquinho sobre uma das estratégias que mais tem impacto na alfabetização e que está associada à estimulação mais geral, com foco no desenvolvimento infantil. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ As competências executivas são essenciais para facilitar a entrada da criança no mundo da escrita. Elas são funções cognitivas e de autorregulação que nos permitem “funcionar”, agir de maneira organizada para atingir nossos objetivos.  As 3 principais são: memória de trabalho (capacidade de guardar uma informação na memória num tempo curto); controle inibitório (capacidade de se controlar e inibir as distrações que atrapalham a concentração) e flexibilidade cognitiva (capacidade de detectar os erros, corrigi-los e se mostrar criativo). ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Contrariamente ao que todo mundo acredita, aprender a se controlar, prestar atenção e memorizar conscientemente informações não acontece automaticamente com o desenvolvimento da criança. Embora sejam competências fundamentais para nossas vidas, não nascemos com elas. A mesma coisa acontece com a fala, nascemos com potencial de desenvolvimento, mas só iremos aprender a falar se formos expostos à fala e tivermos a possibilidade de exercer. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ A forma mais fácil de ajudar as crianças em casa a desenvolver essas competências é simplesmente de apoiar suas atividades espontâneas e favorecer sua autonomia no cotidiano. Quando essas competências se desenvolvem, as crianças querem fazer tudo elas mesmas.  Elas querem caminhar sozinhas quando recém conseguem ficar em pé, empurram nossa mão para comerem sozinhas, mesmo quando mal conseguem segurar a colher, tentam colocar os sapatos (foto), tentam dobrar uma roupa etc. elas querem fazer coisas concretas, reais, que envolvem plenamente sua inteligência de ação. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Todas essas atividades simples possibilitam que as crianças pequenas exerçam de maneira otimal as competências executivas em pleno desenvolvimento: as crianças devem memorizar uma sequencia de ações dentro de um tempo curto e planejar para atingir o objetivo, devem controlar seus gestos, sua impaciência e as distrações exteriores. Sobretudo, essas atividades reais denunciam os erros de forma imediata, o que permite fazer rapidamente um reajuste da sua estratégia e mostrar sua capacidade de flexibilidade: se o sapato ficou mal colocado, a criança percebe e deve achar uma solução para arrumar.


Parece paradoxal, mas uma criança não aprende sozinha a fazer por si só as coisas. A criança precisa da nossa ajuda para conquistar a sua independência. Ela precisa que ofereçamos os elementos chaves para, em seguida, explorar sozinha. Ela precisa de nossa presença, nosso olhar para arriscar...


O adulto precisa mostrar como fazer e ir estimulando a autonomia progressivamente. Esta postura de ajudar discretamente sem ser invasivo segue 3 dicas:


- mostrar claramente os gestos-chaves;

-deixar, em seguida, a criança praticar e achar a solução de seu problema;

-oferecer uma ajuda discreta (um indício), antes que ela se desencoraja.


A partir desses pequenos gestos-chaves, podemos fazer muitas coisas: ajudar a criança a se expressar, a ter paciência, desenvolver um bom controle inibitório, respeitar a necessidade de ordem, etc.

Gostaram?

Quem saber um pouco mais de algum desses exemplos?





Fonte: Center on the Developing Child (2017). Key concepts: Executive function and self-regulation. Alvarez, C. (2016). Les lois naturelles de l’enfant. Arenes (Paris)

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