O conhecimento sobre a estrutura da língua (sintaxe, semântica, morfologia...) é outro aspecto que favorece a leitura hábil.
Depois que a palavra escrita é reconhecida e achada lá no léxico mental (que falei no post anterior), a criança vai utilizar, para a compreensão da escrita, os mesmos recursos linguísticos que utiliza para a linguagem oral. Aqui, novamente, quanto mais a competência em linguagem oral for desenvolvida, mais a compreensão escrita será boa.
O conhecimento da morfologia oral e escrita, por exemplo, é muito importante para a eficácia na velocidade do reconhecimento da palavra pela via direta de leitura. Quando eu leio a palavra “tristeza” eu identifico, por exemplo, que a palavra é formada pelo radical “trist” mais “eza”.
Dificuldades ortográficas, decorrentes das irregularidades na correspondência letra e som, podem ser superadas com o conhecimento dos morfemas. Se a criança souber que "pesado" vem do radical "peso", mais o morfema "ado", vai ser mais fácil escrever corretamente.
Esse tipo de informação é essencial para a construção da via ortográfica e precisa ser ensinada explicitamente.
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